O declínio da fertilidade na mulher é de aproximadamente 3% ao ano, mas torna-se mais evidente em mulheres com mais de trinta e cinco anos (9%), reduzindo as taxas de gravidez (10% a 0% por ciclo) entre as idades de 40 a 45 anos (CAMARGOS; MELO, 2001), figura 1.
A aceleração na perda dos folículos, após os 37 anos de idade, acarreta um aumento do hormônio FSH. A qualidade dos ovócitos também é diminuída, já que teoricamente os melhores folículos correspondem aqueles dos primeiros ciclos, ficando os piores para ciclos tardios (SKULL, 2004). Todo o processo acelera-se consideravelmente a partir dos 40 anos de vida da mulher, com aumento das taxas de abortos e anomalias ao nascimento, causadas por erros cromossômicos (PORTER; SCOTT, 2005).
As principais causas de infertilidade feminina incluem:
- Distúrbios da ovulação podem alcançar até 40% de incidência. Neste caso, ocorre uma duração anormal dos ciclos menstruais. Os distúrbios da ovulação podem estar presentes em pacientes que se submetem aos exercícios físicos excessivos ou mudanças bruscas na massa corporal. Podem ainda estar relacionada a pacientes com síndrome do ovário policístico, às portadoras de Diabetes Mellitus, pacientes com alterações na tireóide, ou mulheres que se submeteram a quimioterapia ou radioterapia (CAMARGOS; MELO, 2001).
- Alterações uterinas: Presença de pólipos e miomas submucosos (dentro do útero) apresentam uma prevalência de 5% das causas de infertilidade (SKULL, 2004). Malformações uterinas como o útero septado prejudicam a fertilidade porque interferem no processo de implantação do embrião.
- Alterações tubárias: Normalmente causadas por infecções prévias, que têm aumentado a incidência nas últimas décadas devido à prevalência de doenças sexualmente transmissíveis, como a Neisseria gonorrhoea e Chlamydia trachomatis. Também a endometriose pode alterar o funcionamento das trompas, além de interferir em outras etapas do processo reprodutivo. Representa 35% dos fatores que afetam a vida reprodutiva da mulher (GARCIA-ULLOA; ARRIETA, 2005);
- Infertilidade sem causa aparente (ESCA): depois de concluída a investigação do casal e não encontrada qualquer causa que poderia afetar a sua fertilidade, a esterilidade é denominada ESCA. Está presente em cerca de 10% das causas de infertilidade. As alterações imunológicas representam incidência de 40% com esta esterilidade;
As técnicas de Reprodução Assistida podem auxiliar as pacientes que possuem diferentes causas de infertilidade, sendo, na maioria das vezes, eficaz (CAMARGOS; MELO, 2001).
Referências:
BRISTON, L. A., LOMB, E. J., MAGHISSI, K. S., SCOCCIA, B., ALTHUIS, M. D., NABRE, S. E., WESTHOFF, E. L. Ovarian cancer risck associated with varyng causes of infertility. Fertility Sterility, v. 28, n. 2, p. , 2004.
CAMARGOS, A F.; MELO, V. H. Ginecologia Ambulatorial. COOPMED, v.1, p. 533-546, 2001.
GARCÍA-ULLOA, A. C., ARRIETA, O. Medical Hypotheses, v. 65, n. 5, p. 908-914, 2005.
RORTER, T. F., SCOTT, G. R. Evidence-based care of recurrent miscarriage. Best practice & research Clinical Obstetrics & Gynaecology, v. 19, n. 1, p. 85-100, 2005.
SKULL, J. The subfertile couple. Current Obstetrics & Gynaecology, v. 14, n. 2, p. 132-141, 2004.