Quando e como tomar a decisão de buscar ajuda para engravidar?
O papel do especialista em reprodução assistida é investigar os pacientes que querem ter filhos e ajudá-los a buscar estratégias para encontrar o melhor caminho para a tão desejada gravidez. Muitos casais já chegam à clínica perguntando sobre a fertilização in vitro ou quanto custa uma inseminação artificial, mas nem sempre estes são os procedimentos necessários.
O primeiro passo é realizar uma investigação adequada para definir o melhor caminho. Clinicamente, o casal só é considerado infértil quando tem relações sexuais regulares, duas vezes por semana, pelo menos, e sem usar qualquer método contraceptivo e não consegue engravidar em um prazo de um ano.
Mas não só os casais com dificuldade para engravidar são, hoje, o público das clínicas de fertilidade. Cada vez mais, este aconselhamento é buscado por mulheres que querem adiar a gravidez, por motivos pessoais, e avaliam o congelamento de óvulos.
Também homens e mulheres que passam por tratamento oncológico e precisam preservar os gametas para possibilitar gerar um filho mais tarde, após a cura do câncer; além dos projetos de maternidade ou paternidade solo e os casais homoparentais.
Dra. Fernanda Polisseni explica quando um casal é considerado infértil e suas causas são variadas e equitativas. Ela fala também como já mudou o público que busca ajuda para formar uma família.
Investigar a causa e quem precisa de tratamento é o primeiro passo
“Primeiro, o casal que já foi encaminhado à clínica precisa saber que as causas da infertilidade tem um percentual misto e bem equitativo: em 30% dos caso a causa da infertilidade é masculina , em 30%, feminina, em 30% dos casos o problema está em ambos e ainda há 10% sem causas aparentes”, informa a ginecologista Fernanda Polisseni, especializada em Reprodução Humana da Clínica Nidus Medicina Reprodutiva, em Juiz de Fora.
O especialista em fertilidade vai verificar os exames já realizados e solicitar aqueles que ainda não foram feitos e que são importantes para o diagnóstico. Pode ser um exame mais detalhado de ultrassom ou espermograma mais completo.
Há casos em que tratamentos mais simples, como a indução da ovulação com medicamentos, correção de distúrbios hormonais, cirurgia para a varicocele ou controle da endometriose podem ser tentados antes dos procedimentos de maior complexidade, que são as técnicas de reprodução assistida.
Também é fundamental considerar a idade da mulher, fator determinante para o estoque e para a qualidade dos óvulos, além dos hábitos de vida ou patologias que afetam a fertilidade. Muitas destas informações são desconhecidas e só quando a dificuldade de engravidar acontece é que as pessoas se dão conta de que a idade feminina, e também a masculina, afetam a fertilidade; que uso de anabolizantes, por exemplo, impacta na quantidade e qualidade de espermatozoides, além das doenças de base que precisam ser contornadas para que se consiga engravidar.