A classificação embrionária é um pilar central na prática das Técnicas de Reprodução Assistida, sendo fundamental para a seleção dos embriões a serem transferidos, criopreservados, biopsiados para testes genéticos ou descartados.
Para isso o embriologista utiliza critérios científicos padronizados para classificar o embrião na tentativa de associar as avaliações realizadas com viabilidade, implantação, nascimento vivo e estado cromossômico do embrião. No entanto, a avaliação morfológica permanece amplamente subjetiva e propensa à variabilidade entre os embriologistas e laboratórios, reforçando a importância da padronização de critérios.
Atualmente a classificação embrionária é realizada com base nas recomendações do Consenso de Istambul, revisado em 2025, promovido pelo ESHRE e Alpha Scientists in Reproductive Medicine. O documento atualizou os critérios de avaliação morfológica e classificação de zigotos e embriões, incorporou a análise morfocinética, com tecnologia time‑lapse (TLT), permitindo a integração da morfologia (a forma e a estrutura dos embriões) com a cinética (a dinâmica do seu desenvolvimento) e definiu recomendações práticas para classificação, ordenação e seleção de embriões.
Visando reduzir a subjetividade e aumentar a previsão preditiva, algoritmos da inteligência artificial vêm sendo utilizados para a avaliação dos embriões, auxiliando na escolha do embrião que tenha maior potencial de implantação e gestação saudável.
Como mencionado, a análise é tradicionalmente baseada em critérios morfológicos obtidos por microscopia óptica, mas a tendência é que a seleção embrionária deixe de depender de parâmetros isolados e passe a integrar morfologia, morfocinética, metabolismo e genética, ampliando a acurácia preditiva, aumentando as taxas de implantação, reduzindo o número de transferências embrionárias e otimizando a individualização dos tratamentos.
Referência Bibliográfica:
Coticchio G, Ahlström A, Arroyo G, Balaban B, Campbell A, De Los Santos MJ, Ebner T, Gardner DK, Kovačič B, Lundin K, Magli MC, Mcheik S, Morbeck DE, Rienzi L, Sfontouris I, Vermeulen N, Alikani M. The Istanbul Consensus update: a revised ESHRE/ALPHA consensus on oocyte and embryo static and dynamic morphological assessment. Hum Reprod. 2025 Jun 1;40(6):989–1035. doi:10.1093/humrep/deaf021.
Autor do texto: Juliana Polisseni – Diretora e embriologista do Laboratório da Nidus, Juiz de Fora – MG.
VERSÃO 2:
Classificação Embrionária: o que temos em uso atualmente?
A classificação embrionária é um pilar central na prática das Técnicas de Reprodução Assistida, sendo fundamental para a seleção dos embriões a serem transferidos, criopreservados, biopsiados para testes genéticos ou descartados.
Para isso o embriologista utiliza critérios científicos padronizados para classificar o embrião na tentativa de associar as avaliações realizadas com viabilidade, implantação, nascimento vivo e estado cromossômico do embrião. No entanto, a avaliação morfológica permanece amplamente subjetiva e propensa à variabilidade entre os embriologistas e laboratórios, reforçando a importância da padronização de critérios.
Atualmente a classificação embrionária é realizada com base nas recomendações do Consenso de Istambul, revisado em 2025, promovido pelo ESHRE e Alpha Scientists in Reproductive Medicine. O documento atualizou os critérios de avaliação morfológica e classificação de zigotos e embriões, incorporou a análise morfocinética, com tecnologia time‑lapse (TLT), permitindo a integração da morfologia (a forma e a estrutura dos embriões) com a cinética (a dinâmica do seu desenvolvimento) e definiu recomendações práticas para classificação, ordenação e seleção de embriões.
Visando reduzir a subjetividade e aumentar a previsão preditiva, algoritmos da inteligência artificial vêm sendo utilizados para a avaliação dos embriões, auxiliando na escolha do embrião que tenha maior potencial de implantação e gestação saudável.
Como mencionado, a análise é tradicionalmente baseada em critérios morfológicos obtidos por microscopia óptica, mas a tendência é que a seleção embrionária deixe de depender de parâmetros isolados e passe a integrar morfologia, morfocinética, metabolismo e genética, ampliando a acurácia preditiva, aumentando as taxas de implantação, reduzindo o número de transferências embrionárias e otimizando a individualização dos tratamentos.
Diferentes tecnologias e métodos podem ser empregados, isolados ou combinados, para a classificação embrionária, podemos citar:
É realizada por observação direta do embrião no microscópio invertido, sem sistemas automatizados, de acordo com o estágio em que o embrião se encontra. Inclui avaliação de: número e simetria das células (blastômeros), análise da integridade das células do embrião (grau de fragmentação citoplasmática), características citoplasmáticas (granulações, vacúolos), presença de multinucleação. A combinação dessas características morfológicas pode ser usada para definir uma ordem de classificação para transferência ou criopreservação de embriões nos dias 2 e 3 de cultivo embrionário (tabela 1). No estágio de blastocisto são avaliados grau de expansão (1 a 6), qualidade da massa celular interna (IMC), que formará o futuro bebê, e do trofectoderma (TE), responsável pela formação dos anexos embrionários, (tabela 2). Em casos indicados, a avaliação genética (PGT) complementa a classificação morfológica, selecionando embriões com aneuploidias ou mutações monogênicas.
A introdução de tecnologias de microscopia com time-lapse (TLT), através de incubadoras com captura de imagens em intervalos regulares, permitiu a observação contínua do desenvolvimento embrionário, com mínima manipulação e uma avaliação mais abrangente no ritmo de divisão e detecção de clivagens atípicas para a compreensão da viabilidade embrionária.
Algoritmos com imagens estáticas ou sequências de time-lapse vem sendo utilizados para aumentar a previsão preditiva do embrião que tenha maior potencial de implantação.
Estratégia complementar às análises morfológica e morfocinética, baseia-se em padrões específicos de consumo e produção de substratos no meio de cultivo por embriões metabolicamente competentes, refletindo sua capacidade de manutenção da homeostase e progressão do desenvolvimento. Apesar de promissora, a aplicação clínica rotineira ainda é limitada por fatores como custo elevado, necessidade de equipamentos especializados e variabilidade nos resultados.
Tabela 1: Classificação morfológica embrião nos dias iniciais do desenvolvimento: ordem de classificação para transferência ou criopreservação de embriões
Tabela 2: Classificação Morfológica Blastocisto
Adaptado: Consenso Istambul, 2025.
Referência Bibliográfica:
Coticchio G, Ahlström A, Arroyo G, Balaban B, Campbell A, De Los Santos MJ, Ebner T, Gardner DK, Kovačič B, Lundin K, Magli MC, Mcheik S, Morbeck DE, Rienzi L, Sfontouris I, Vermeulen N, Alikani M. The Istanbul Consensus update: a revised ESHRE/ALPHA consensus on oocyte and embryo static and dynamic morphological assessment. Hum Reprod. 2025 Jun 1;40(6):989–1035. doi:10.1093/humrep/deaf021.
Autor do texto: Juliana Polisseni
Texto publicado também no Site da ProNucleo: https://pronucleo.com.br/embriologista/classificacao-embrionaria-o-que-temos-em-uso-atualmente/
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