Aconselhamento Genético

Contamos com uma geneticista em nosso corpo clínico, responsável pela orientação e acompanhamento dos casais que necessitam deste serviço, o que pode ocorrer nos seguintes casos:

  • casais que têm casos de doenças hereditárias na família e precisam da orientação de um especialista quanto à possibilidade de transmissão da doença para seus filhos,
  • casais que já tiveram um filho com alguma alteração cromossômica ou gênica e desejam orientação quanto ao risco de acometimento do bebê na próxima gestação. Neste caso, são avaliadas, também, as possibilidades de se evitar nova ocorrência da doença na família, através da investigação genética pré-implantacional (PGS/PGD)
  • mulheres com histórico de abortamento de repetição, em que a causa genética precisa ser investigada,
  • mulheres em idade avançada e que desejam aconselhamento quanto os percentuais de alterações cromossômicas nos futuros filhos, para planejarem a gravidez
  • casais em que os cônjuges têm algum parentesco e desejam saber sobre a possibilidade de doenças hereditárias em seus filhos,
  • orientação do encaminhamento de material de aborto, coletado em curetagem uterina, para estudo de alterações genéticas.

Durante a consulta de aconselhamento genético a geneticista realiza uma revisão detalhada do histórico médico pessoal e familiar do casal e indica se é necessário realizar determinados exames e quais os riscos de transmissão de alguma mutação genética. Por isso, o aconselhamento de um geneticista é o caminho mais indicado para a prevenção.

 

Investigação de Aborto de Repetição

 

Ao longo da gestação há momentos específicos em que a genética médica pode auxiliar no diagnóstico de condições genéticas e no esclarecimento de casos de malformações sem quadro clínico definido. A avaliação e o acompanhamento precoce da gestante podem ser importantes para investigar uma gestação anembrionada, parada de progressão e perda gestacional repetição.

As perdas gestacionais espontâneas ocorrem com mais frequência no início da gestação e as causas genéticas são responsáveis por mais da metade destas1. Em contrapartida, mais de 90% dos fetos com anomalias cromossômica evoluem para abortamento espontâneo. O risco geral da população para abortos espontâneos é estimado em 15% durante o primeiro trimestre e aproximadamente 70% são de etiologia genética2,3.

O aborto espontâneo recorrente (3 ou mais perdas) é observado em aproximadamente 1-5% das mulheres em idade reprodutiva e, nestes casos, deve-se sempre investigar a etiologia. As principais causas da perda recorrente são: hematológica, genética, endócrina, infecciosa, anatômica, ambiental e imunológica. A maioria dos abortos recorrentes é de causa endócrina (insuficiência de corpo lúteo, com produção inadequada de progesterona), mas anomalias cromossômicas também são responsáveis por um número expressivo4,5.

A idade da gestante é sempre uma informação que deve ser valorizada, uma vez que quanto maior a idade materna, maior o risco para nativivos com anomalias cromossômicas numéricas, sendo também maior o risco para abortamento espontâneo (Quadros 1 e 2 ).

Em casos de perda gestacional de repetição é importante, sempre que possível, coletar o material (restos ovulares, material de curetagem, tecidos fetais e placenta) para investigação anatomopatológica e genética, pois com base nesta conduta pode ser realizado o aconselhamento genético.

Quadro 1

Risco para síndrome de Down em nativivos de acordo com a idade materna
Idade Materna Nativivo com Síndrome de Down
Até 29 anos  < 1 : 1000
Aos 30 anos 1 : 700
Aos 35 anos 1 : 200
Aos 40 anos 1 : 80

Quadro 2

Risco para abortamento espontâneo de acordo com a idade materna
Idade Materna Risco para abortamento espontâneo
Até 34 anos 1 : 8
De 35 a 39 anos 1 : 6
A partir de 40 anos 1 : 3

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. Spencer K. Aneuploidy screening in the first trimester. Am J Med Genet Part C Semin Med Genet 2007; 145C:18–32.
  2. Laurino et al. Genetic Evaluation and Counseling of Couples with Recurrent Miscarriage: Recommendations of the National Society of Genetic Counselors. Journal of Genetic Counseling 2005; V. 14, N. 3:165-181.
  3. Rull K, Naginarja L e Laan M. Genetics of Recurrent Miscarriage: Challenges, Current Knowledge, Future Directions. Front Genet. 2012; 3 (34):1-13.
  4. Horne AW, Alexander CI.Recurrent miscarriage. J FamPlannReprod Health Care 2005; 31(2): 103-107.
  5. Rull K, Naginarja L e Laan M. Genetics of Recurrent Miscarriage: Challenges, Current Knowledge, Future Directions. Front Genet. 2012; 3 (34):1-13.

Isso vai fechar em 0 segundos

Política de Privacidade

Este site utiliza cookies para prover a melhor experiência durante a sua navegação em nosso site. Cookie são informações armazenadas em seu navegador para identificar o seu retorno em nosso site e permitir que nossa equipe melhore o site para adequá-lo às suas preferências. Informe-se sobre nossa política de privacidade clicando aqui.