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Transferência de embriões: D2/D3 ou blastocisto?

Após a Fertilização in vitro, os embriões desenvolvem-se, progressivamente, na estufa do laboratório de reprodução humana por um período de até 7 dias. Neste período, passam por vários estágios, sendo normalmente  transferidos para o útero da paciente em tratamento no 2° ou 3º dia após a coleta dos óvulos(D2/D3) ou no 5º ou 6º dia (D5/D6)do seu desenvolvimento, no estágio de blastocisto.

A diferença básica entre embriões de D2/D3 e D5/D6, é que no dia 2 ou 3 de desenvolvimento, o embrião está em um estágio inicial (denominado estágio de clivagem) e contém apenas de 2 a 10 células. No 5º ou 6º dia de cultivo na estufa (D5/D6) tem-se um embrião em uma fase mais avançada (o blastocisto) que apresenta centenas de células. Na fase de blastocisto o embrião está praticamente pronto para implantação na parede interna do útero. Por isso, este é o estágio máximo de desenvolvimento que o embrião pode ser cultivado em laboratório, pois, a partir daí, para sua sobrevivência, ele deverá ser transferido ao útero da mulher ou ser congelado.

A estratégia de se transferir embriões no estágio de blastocisto baseia-se em na possibilidade de uma melhor seleção embrionária, já que apenas embriões mais saudáveis (cerca de 30-40% dos embriões clivados) chegam a esse estágio. Isto significa dizer que os embriões que contêm alterações genéticas ou metabólicas,que ocasionariam falha na implantação ou posterior perda (aborto), param seu desenvolvimento antes de chegar a blastocisto e não são,assim, utilizados na transferência embrionária. Além disso,a transferência de embriões em D5/D6 também se aproxima mais das condições fisiológicas, já que, em um ciclo natural, é neste estágio que o embrião chega à cavidade uterina, após os primeiros dias de desenvolvimento na trompa.

Entretanto, nem todas as pacientes têm seus embriões transferidos para o útero no estágio de blastocisto (D5/D6). Em tratamentos com número reduzido de embriões, por exemplo,(menos que 5 embriões clivados) a melhor opção é a transferência dos embriões dois ou três dias após a coleta dos óvulos, já que o melhor ambiente para desenvolvimento dos mesmos é a cavidade uterina. Outros fatores como a idade da mulher e número de tentativas anteriores com falhas de implantação também podem influenciar na decisão de transferir embrião em estágio de clivagem. Os embriões de mulheres com mais de 40 anos, por exemplo, têm uma chance menor de chegarem ao estágio de blastocisto.

De um modo geral, a escolha de se transferir embriões na fase de blastocisto ou em estágio de clivagem irá depender de diversos aspectos, como a idade da paciente, o número de tentativas anteriores e, até mesmo, a expectativa do casal. Para os profissionais da NIDUS Medicina Reprodutiva, visando sempre o sucesso do tratamento, a melhor opção sempre é individualizar e avaliar a particularidade de cada casal. Assim, a estratégia que será usada deve ser selecionada a partir da discussão entre o médico assistente, o casal e o embriologista,julgando as vantagens e desvantagens de cada alternativa.

 

Carolina Marinho
Embriologista da NIDUS